porque
aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e
edificador.”
(Hb.11:10)
Abraão e
Sara tinham uma aliança com Deus e pela fé, foram justificados. Pela fé Abraão
obedeceu e foi para um lugar que deveria receber por herança, e partiu sem
saber aonde ia; pela fé peregrinou em terra alheia com Isaque e Jacó, porque
aguardava a cidade que tem fundamentos; pela fé também Sara recebeu poder para
ser mãe, não obstante o avançado de sua idade; pela fé Abraão quando posto à
prova, ofereceu Isaque.
Um homem
de fé tem mais certeza das coisas que ele percebe espiritualmente do que
aquelas que seus olhos enxergam, e é o que vemos em Abraão. Ele cria e via a
Deus como arquiteto e construtor, sua visão e seus sonhos foram ampliados,
ativados pela fé e fez dele um homem vitorioso e muito além de qualquer
comparação, foi chamado “amigo de Deus”.
O mundo
espiritual, por meio da fé, se torna real e nos faz ver como Deus vê, nos faz
pensar, sentir e sonhar como Deus pensa, sente e sonha. Não foi para isso que o
nosso Senhor nos escolheu? Para realizarmos neste mundo, sonhos que nunca
sonhamos mas que Deus sonhou e nos fez conhecê-los e como um grande arquiteto
projetou em nosso coração passo a passo?
Como
corpo de Cristo e Igreja do Senhor na terra, trazemos os sonhos de Deus em nós?
Vivenciamos e somos a esperança da glória?
Enfrentamos
diariamente um opositor voraz que quer roubar a fé para que não provemos as
promessas de Deus na nossa vida, que não é um estado emocional, mas é um
espírito: o medo.
“Porque
Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de
moderação.” (2Tm.1:7)
O nosso
corpo é morada e templo do Espírito Santo e não há lugar para dois senhores,
como a Bíblia nos ensina, ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de
aborrecer-se de um, e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro.
O medo quando entra na vida de alguém, ele entra como “senhor” e se é
agasalhado no coração, ele fica.
O grande
problema é que as pessoas não vêem o medo como pecado e nós sabemos que é algo
diabólico, é como um mensageiro que bate à sua porta para pregar uma mensagem
de ameaça: seu marido não te ama; seus filhos vão se perder; você não vai
conseguir pagar as dividas; etc. Então, abrimos a porta para receber tal
mensageiro e ouvir tudo o que ele tem para nos contar. É surpreendente a nossa
falta de discernimento!
No Livro
do profeta Samuel temos a história de Saul, rei de Israel e homem de bela
aparência, de boa estatura e porte físico, admirado e escolhido por todo o povo
para ser rei. O único que não se via como um grande homem, era ele mesmo e
quando Deus lhe confiou a missão de destruir o rei Agague e toda a descendência
dos amalequitas, Saul tomou dos despojos o melhor do gado e poupou a vida do
rei. Quando o profeta perguntou-lhe o que fizera, Saul respondeu: “Porque eu
temi o povo e dei ouvidos a sua voz.” (1Sm15:24)
Saul teve
medo do povo, medo dos seus inimigos, medo de Golias, medo de perder o trono,
medo de Davi e dos seus exércitos, etc. Sua vida foi marcada pelo medo e morreu
implorando a um amalequita que lhe tirasse a vida. Ele não destruiu o rei de
Amaleque, mas foi destruído pelo menor dos amalequitas.
O medo de
formar a equipe de Doze; o medo de evangelizar, de pregar a Palavra de Deus; de
não ser aceito pelas pessoas; o medo de passar fome, vergonha, etc. Não podem
mais reinar, esse rei maligno têm que ser deposto, destruído, arrancado para
sempre das nossas vidas.
“No
amor não existe medo; antes o perfeito amor lança fora o medo…” (1Jo.4:18)
O
perfeito amor do Pai está manifesto em Jesus que concebeu a visão e o sonho de
Deus de redimir a humanidade e pagar um alto preço para perdão dos nossos
pecados. Jesus pediu ao Pai que se não houvesse outra solução, que fosse feita
a vontade de Deus e não a sua vontade. Após sua oração Jesus se ergueu
fortalecido em Deus e cumpriu o propósito: morreu na Cruz e ressuscitou dentre
os mortos ao terceiro dia.
Os
apóstolos Pedro e Paulo também entenderam a missão que Jesus deixou à sua Igreja
e tinham o mesmo coração, a mesma visão e os mesmos sonhos de seu Mestre, e
abalaram todo o Império Romano, um império pagão, ditatorial e implacável, que
lançava os cristão às feras e não tinham temor a Deus. Pedro pregou aos judeus
e Paulo aos gentios e foi a ocasião em que o Cristianismo mais floresceu e
cresceu. Nós como Igreja, podemos dizer que entendemos a nossa missão e que
essa “paixão” e “compaixão” é o que nos move em fé? Temos abalado as estruturas
da maldade? Como? Quando? Quantas gerações estão sendo silenciadas pelo diabo?
Temos sido insensíveis à Palavra? Apáticos?
“Conheço
as tuas obras…Tenho porém contra ti que abandonaste o teu primeiro amor.”
Como se
diz: o primeiro amor ninguém esquece, marca para sempre. Onde está a paixão do
passado? Onde estão a fé e os sonhos de Deus? Já não tenho mais tempo; sou
movido de forma automática; já não tenho o mesmo compromisso; o êxito me subiu
à cabeça…
“Lembra-te,
pois, de onde caíste, arrepende-te, e volta à prática das primeiras obras; e se
não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro.” (Ap.2:5)
Que a
“Graça” e o “Amor” do nosso Deus e Pai te alcancem em Cristo Jesus!